Resenha por Alice Casimiro Lopes
Ano da Publicação 2021
Autores:
Fiódor Dostoiévski.
Editora:
Martin Claret.
Após 3 meses, terminei “Os Irmãos Karamázov” (entremeando com outros livros).
*Gostei muito de ter lido, mas não gostei de tudo no livro. Agradeço ao Clube de Clássicos do @carreira_literaria por ter lido.
*Não tenho dificuldade para ler calhamaços, com longos monólogos e discussões filosóficas.
*Meu problema com Dostoiévski é a constante abertura de histórias dentro da história, nem sempre com conexão posterior.
*Também me desagradaram as repetições para fazer o leitor lembrar do que se passou duzentas páginas antes.
* Dostoiévski ganhava por palavra escrita, mas também teve a pretensão de falar de tudo, da alma russa para o mundo. Há riscos nisso.
*A narrativa cansa na descrição para fazer o leitor ver uma cena um tanto teatral (sem ser bom teatro).
*Mas o livro, para mim, tem partes geniais, algumas que podem ser lidas separadamente.
*Adorei os capítulos d´O Grande Inquisidor, da Denúncia Final – Retrato do Acusado, as “conversas” de Ivan com o demônio e sobre a fé, com Aliocha.
*Gostei muito de Aliocha ser o “herói” da história sem ser o protagonista da ação.
*Vale lembrar que Aliocha é o apelido de Alexei, “nome de Deus e da mais sublime das mártires”, o defensor dos seres humanos.
*Adorei o narrador que conversa com o leitor, fala de seus limites, “só faço o que posso”, sendo apenas um espectador e um leitor dos escritos de Aliocha.
*Gostei das discussões sobre a culpa, a fé, o Estado, a religião, a infância, a servidão, a justiça, a paternidade (mesmo qndo não concordei com elas).
*É excelente a polifonia: Dostoiévski confere um registro diferente para cada personagem.
*E também gostei, da investigação policial e do julgamento serem na verdade uma investigação psicológica da alma humana, especialmente a alma russa.
*Por tudo isso, continuo preferindo Gógol e Tchekhov.
